terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Meu memorial de Leitura

Minha vida nem sempre foi a luta que hoje é. Filha de bancário, funcionário do Banco do Brasil (naquela época, eles tinham uma condição de vida considerada boa), mudei com bastante freqüência, acompanhando as transferências do meu pai. A minha vida escolar começou em Formosa-GO. Não guardo muitas lembranças desse período, pois eu era muito nova e não tive contato com as pessoas que fizeram parte dessa época.
Logo em seguida, mudamos para Posse-GO, onde moro atualmente. Aqui tenho lembranças de alguns momentos da minha vida escolar. Lembro-me de na antiga 4ª série apresentar muita dificuldade com o estudo da Língua e do comentário da professora que dizia que eu não sabia nem ler e nem escrever. Hoje, quando eu a vejo, penso nesse comentário: Ela nem imaginava que eu me tornaria uma professora de Língua Portuguesa.
Claro que essa não foi uma escolha, mas uma necessidade. Porém, hoje amo o que faço e me dedico sempre a desenvolver um bom trabalho.
As lembranças relacionadas à leitura remetem-me a Brasília-DF, cidade em que estudei todo o Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Lá tive grandes incentivadores de leitura que me fizeram apaixonar-me por essa atividade. Devorava livros e mais livros indicados pelos meus professores. Lembro-me dos livros da série Vaga-lume que naquela época era o auge da juventude. Li grande parte deles, e viajei por todas aquelas aventuras emocionantes.
Depois fui ampliando o meu repertório de leitura. Gosto bastante de ler e me manter informada. Leio de tudo um pouco: jornais, revistas, avisos... A minha filha herdou essa mania. Tento despertar esse hábito nos outros 3 filhos. O pequeno, de dois anos, só dorme lendo e é apaixonado por livros. Ama ir em livrarias. É o maior “chororo” para ir embora. O de 8 anos também gosta de ler, mas eu preciso estar junto, pois ele gosta de ouvir histórias ou de comentar sobre o que leu. Agora, o mais velho, de 12 anos, não gosta muito de ler. Já tentei de tudo: livros adequados a sua idade, com temas do seu interesse, revistas infantis, gibis, mas nada o despertou ainda. Porém, eu não desisto! Sempre que viajo, trago um livro para cada um de acordo com os interesses deles e deixo por ali. Alguns acabam lendo, outros deixam-nos de lado. Faço a minha parte, pois sei a maravilha que é o mundo da leitura.
O meu trabalho na educação, como já mencionei, começou de uma forma meio tumultuada. Morava em Goiânia, fazendo faculdade de Administração. Por um descuido, acabei engravidando e assim decidi retornar a Posse. Casei-me e comecei a constituir a minha família. Desse primeiro casamento, tive dois filhos: Amanda, hoje com 15 anos, e João Lucas, com 12. Como aqui não tinha muito a ser feito, recebendo o convite para lecionar em uma escola pública, comecei o meu trabalho.
No início, achei muito estranho. Tinha o hábito e a visão diferente da realidade em que eu estava atuando. Fiquei um pouco desanimada,embora sentia-me realizada quando estava em sala.
Como não tinha formação, ofereceram-me participar do Lumem- Curso de Formação básica em magistério – habilidade mínima exigida naquela época para atuar na educação. Em sequência,prestei concurso para o estado de Goiás e passei. Logo após, veio a formação em nível superior, através da universidade parcelada, que capacitava os profissionais da educação que não possuíam a certificação necessária. Daí para cá, as capacitações se tornaram freqüentes, sempre gostei de estar atualizada e sempre busquei isso. Gosto de participar de cursos de aperfeiçoamento e de estar antenada com a realidade.
Nesse espaço, meu primeiro esposo faleceu, quando o meu segundo filho tinha apenas 1 mês de vida. Nossa, foi muito difícil esse período, pois eu era apaixonada por ele e não aceitava essa perda. O que me fortaleceu bastante foi a força dos meus filhos, principalmente do pequeno que chorava bastante e isso me motivava a levantar-me e a cuidar dele, e dos meus alunos, que eram muito queridos e me animavam a continuar. Hoje, reconstruir a minha vida, casei-me de novo e tenho mais dois filhos maravilhosos: João Victor e João Gabriel, a “casa dos Joãos”
Já fiz duas especializações, uma em Docência do Ensino Superior e outra na área de Tecnologia aplicada a Educação. Trabalho na educação há cerca de 16 anos e sou apaixonada pelo que faço. Gosto muito de ensinar, arrepiou-me quando vejo a aprendizagem ocorrer e quando atingi o meu objetivo. Ainda falta muito para eu crescer profissionalmente, mas sinto que eu estou no caminho certo.
Sou muito guerreira, batalhadora. Trabalho bastante, mas me realizo nas funções que desempenho e na família que construir. Isso me fortalece e me anima a seguir em frente traçando um caminho que possa fazer a diferença na vida das pessoas que comigo convivem. Uma música que me representa bem seria uma de Almir Sater: “Ando devagar, porque já tive pressa e levo este sorriso porque já chorei demais. Todo mundo ama um dia, todo mundo chora. Um dia a gente chega e no outro vai embora. Cada um de nós constrói a sua história e cada ser em si carregar o dom de ser capaz de ser feliz.”